quinta-feira, 9 de junho de 2011

REPERCUSSÕES DA QUEDA DE PALOCCI

Palocci e a falácia do “fogo amigo”

Por Idelber Avelar

08 de junho de 2011 às 10:59 5 Comentários

Antonio Palocci pertence a um certo tipo de petismo que foi se consolidando nos anos 90 e que nós poderíamos resumir com a imortal metáfora de Chico Buarque. Falam grosso com o Paraguai e fininho com Washington. Ou, traduzindo para os termos da política nacional: tratoram na hora de conversar com a esquerda e se esmeram em amabilidades quando o papo é com a direita. Seu grande representante atual é Cândido Vacarezza, e Palocci era a suma mais acabada do modelo. Amado e admirado pela direita demo-tucana, que pode ser antipetista mas não é cega ao ponto de deixar a estrelinha embaçar-lhe a visão de um aliado de classe, Palocci era o fiador, o amigo dos banqueiros, o garante da tão propalada “estabilidade”. Curiosamente, quando esse tipo de petista cai, por exemplo por enriquecimento suspeito sem explicações convincentes, o tombo é debitado na conta da esquerda.

Há duas coisas que acontecem no Brasil quando cai um ministro petista: Ricardo Noblat comete uma barriga e a culpa da queda é atribuída à esquerda. Não falha nunca. Ontem, horas depois que até as cinzas do que era a vegetação do Mato Grosso já sabiam que o Ministro seria defenestrado, Noblat anunciava em seu Twitter que Palocci “tem tudo para ficar”. Era a confirmação de que o ribeiro-pretano havia caído mesmo.

A mais sensata das expectativas – a de que um ministro do Partido dos Trabalhadores explicasse como multiplicou por 20 o seu patrimônio em quatro anos, como ganhou em um só mês R$ 10 milhões em consultorias já tendo sido nomeado Ministro da Casa Civil, como e em que condições foi consultor de gigantescos grupos privados em pleno exercício de mandato legislativo e tendo acabado de sair do Ministério da Fazenda — foi tratada, em algumas comarcas, como traição ao petismo e adesão ao malfadado “PiG”. E eu aqui ingenuamente achando que encher as burras de dinheiro misturando o público com o privado é que era uma traição ao espírito original do Partido dos Trabalhadores. Como disse muito bem o Renato Rovai no seu post de hoje, a degradação e o histórico de manipulação da imprensa brasileira gerou uma contrarreação que consiste em basicamente escolher um lado e cegar-se para os fatos.

O problema é que, cegando-se para os fatos, você começa a confundir os lados também.

A Folha de São Paulo sequer fez investigação sobre Palocci. A informação lhe caiu no colo, vinda, segundo alguns, da Secretaria de Finanças de SP, ligada ao tucanato. Em nenhum momento a veracidade do fato foi sequer questionada. Como afirmou o Rodrigo Vianna na época, o fato de que a Folha seja seletiva e não publique o mesmo tipo de matéria sobre, por exemplo, o patrimônio de Aécio não mudava em nada a veracidade do fato. Palocci ficou calado durante 20 dias. De forma inábil, o Planalto escalou Gilberto Carvalho, no começo da crise, para decretar que o caso estava encerrado, quando ele mal começava. Naquele momento, Rovai já cantava a pedra de que isso, em política, não se faz. Quando finalmente resolve falar, Palocci escolhe uma entrevista exclusiva ao Jornal Nacional e outra entrevista exclusiva à Folha de São Paulo. Não explica nada. Entre os semanários, foi a Carta Capital quem deu matéria de capa sobre o fato, enquanto que a Veja praticamente o ignorou. E são os críticos de Palocci os aliados do “PiG”? Uai, que PiG é esse? A conta não fecha.

Finalmente, a acusação de ser “a esquerda de que a direita gosta” e a “esquerda que faz o jogo da direita” cumpriu seu ciclo de 360º para incluir … toda a esquerda! Com a exceção, claro, dos defensores incondicionais de um agente público que se torna milionário fazendo consultorias a gigantescos grupos privados em pleno exercício de mandato legislativo, pós-Ministério da Fazenda, e depois de já nomeado Ministro-Chefe da Casa Civil. É uma curiosa definição de esquerda de que a direita não gosta.

A presunção de inocência é um princípio do Direito, não da política. No Direito, o ônus da prova cabe a quem acusa. Na política, o ônus da prova cabe a quem está com as costas contra a parede. Simples assim. Não há moral nem direito na política. Só a pura relação de forças. E o fato cabal da correlação de forças da política brasileira de hoje é que nem a esquerda do PT nem o PSOL tem peso para derrubar um Ministro-Chefe da Casa Civil. Se o tivessem, talvez o Brasil não estivesse pagando o que paga aos banqueiros e o Código Florestal não teria sido tratorado pela aliança stalinisto-latifundiária.

Portanto, progressista, não insulte a inteligência do seu leitor, e a própria que lhe reste, falando em “psolistas infiltrados”, “Ptsolistas”, “fogo amigo” e bobagens do gênero. A queda de Palocci só reitera um princípio histórico do capital: ele admite novos-ricos, mas somente enquanto estes lhe sejam úteis. Quando deixam de sê-lo, são largados impiedosamente à beira da estrada. O capital não tem amigos, só interesses.

terça-feira, 7 de junho de 2011

ENTREVISTA COM EX-GOVERNADOR OLIVIO DUTRA

Olívio Dutra: ”O PT não surgiu nos gabinetes, o partido veio de baixo para cima”

O presidente de honra do PT/RS concedeu entrevista aos jornalistas Guilherme Koling e Ana Paula Aprato do Jornal do Comércio, publicada na edição de segunda-feira (6). Na entrevista, Olívio Dutra fala do partido, de sua criação, de seu compromisso com as lutas por melhores condições de vida, da boa rebeldia do PT e de sua trajetória pessoal como homem do partido.

Leia na íntegra

”O PT não surgiu nos gabinetes de Executivo e Legislativo. O partido veio de baixo para cima”.

O diretório estadual do PT definiu Olívio Dutra como presidente de honra do partido no Rio Grande do Sul. Fundador da legenda, o petista propõe, nesta entrevista ao Jornal do Comércio, que o PT discuta internamente seu papel na política para não se acomodar por estar hoje ocupando gabinetes do Executivo e do Legislativo. “O PT surgiu na luta por condições de vida digna para a população trabalhadora e uma partilha justa das riquezas do País. Não pode, de repente, passar a ser um partido da acomodação, da conciliação permanente, que aceita o jogo político do toma lá, dá cá.” Olívio, que completa 70 anos no final desta semana, também avalia as gestões do governador Tarso Genro (PT) e da presidente Dilma Rousseff (PT). E lembra, ainda, sua trajetória política, relatando episódios de sua formação no sindicato, na Igreja e no movimento estudantil.

Jornal do Comércio - Como o senhor avalia o surgimento do PT e o partido hoje?

Olívio Dutra – No final da década de 1970 foi surgindo a ideia de um partido ligado ao movimento sindical. Não só da classe operária, mas da classe trabalhadora. Também como uma crítica aos partidos tradicionais. Essa foi a ideia do Partido dos Trabalhadores. Por isso digo hoje: o PT não é um partido que surgiu de cima para baixo, dentro de gabinetes do Legislativo e do Executivo. O PT veio de baixo para cima, é um partido que surgiu de uma parte considerável dos movimentos sociais, na luta contra a ditadura militar, na luta por condições de vida digna para a população trabalhadora e uma partilha justa das riquezas do País. O PT não pode, de repente, passar a ser um partido da acomodação, da conciliação permanente, que aceita o jogo político do toma lá, dá cá.

JC – Mas chegou ao poder…

Olívio – O PT foi conquistando espaços na institucionalidade – o que é importante, pleiteamos a democracia. Mas não meramente a democracia formal; tem que estar enraizada na prática, para qualificar a vida das pessoas. O PT não pode ser um partido, digamos, que perca a sua rebeldia.

JC - E é possível isso estando nos governos?

Olívio – É essa a questão. Por isso, o PT tem que ter instâncias que possibilitem um debate constante sobre as consequências de um partido que surge não dos gabinetes, de repente, ter que estar ocupando os gabinetes legislativos e executivos. É preciso discutir no que isso resulta.

JC - Em que aspecto?

Olívio – O governo do presidente Lula (PT), nos seus dois mandatos, e agora o governo da presidente Dilma, o Tarso aqui no Rio Grande do Sul, isso representa uma nova conjuntura, que se abriu por conta da conquista popular, democrática. Mas o Estado brasileiro ainda está com a sua formatação, que o faz funcionar muito bem para poucos. Ou não funcionar para muitos. Então, apesar de tudo o que pôde ser feito no governo Lula, nos nossos governos aqui no Rio Grande – me orgulho de ter sido governador -, ainda assim tem estruturas que não foram mexidas.

JC - Quais?

Olívio – O fato de Lula ter incluído milhões de brasileiros em uma renda melhor, condições de vida, salário e educação melhores, ter tido uma relação política aberta, uma política externa soberana, sem arrogância, mas afirmativa… Tudo isso são conquistas que não podemos perder. Mas isso é pouco diante de uma realidade que coloca, por exemplo, 16 milhões de brasileiros vivendo com uma renda diária de R$ 2,30. Eu voltei à universidade e pego dois ônibus para ir e dois para voltar da Ufrgs. Isso dá um gasto de R$ 10,80. Então, imagina uma pessoa sustentar a sua família com R$ 2,30? E são 16 milhões de brasileiros nessa situação. O governo deve trabalhar para a maioria da população. Tem um domínio aristocrático que controla a máquina brasileira há 510 anos. Em qualquer mandato que o PT exercer tem que estar a semente da transformação, e não da acomodação. Essa é a grande questão para o nosso partido.

JC – Qual é a sua avaliação dos governos Dilma e Tarso?

Olívio – São governos que tocam adiante um esforço. O governador Tarso está indo bem. Dilma também. Mas tem a conjuntura… Precisamos de reformas como a agrária, que não se conseguiu fazer avançar. E o acesso à terra, de forma democratizada, é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País. Precisamos da reforma político-partidária, em que partidos tenham posições ideológicas claras e que não sejam balcões de negócio. E o Estado brasileiro não é propriedade do governante, deste ou daquele partido que está exercendo o poder. Nem de grupos econômicos poderosos. O Estado tem que ser democratizado e estar sob controle público.

JC - A conjuntura atual é mais favorável a isso?

Olívio - Bem mais favorável. Até porque o discurso do Estado mínimo, dos neoliberais, está desgastado por conta da crise financeira internacional. Os países do capitalismo central tiveram que recorrer ao socorro do Estado. E é a sociedade que tem que controlar o Estado e não o contrário. Um partido sério, quando exerce governos ou mandatos, deve buscar avançar nisso. O PT é o maior partido do campo democrático-popular, a esquerda brasileira, mas não o único. Há partidos de origem mais antiga e também franjas em outros partidos de centro-esquerda, que não são cabresteadas pelos figurões dessas legendas. Então, há a possibilidade de uma discussão qualificada de como esse campo pode se alternar em cabeças de chapa para disputas locais.

JC – Isso vale para 2012?

Olívio – Sou a favor da alternância, para esse campo formar – através da boa discussão em cima de temas como o papel do Estado – o desenvolvimento, a ideia de que a política é a construção do bem comum através do protagonismo das pessoas, que devem ser sujeito e não objeto da política. São ideias fundamentais para a gente encarar as próximas eleições.

JC – Tarso formou uma boa base (PT, PSB, PCdoB, PDT, PTB, PRB e PR). Essa coalizão é o principal mérito do governador?

Olívio – Acho que isso não é mérito pessoal, é uma conjuntura que vai desabrochando. E tem riscos. O governo Lula, com sua composição, não conseguiu fazer a reforma política nem a tributária, nem a reforma agrária nem a urbana. Um governo de composição ampla acaba não podendo fazer e empurra adiante. Tem um conforto, mas ao mesmo tempo engessa. É uma contradição permanente. A questão da governabilidade tem também coisas que não se pode fazer. Mas não se pode conformar com o pragmatismo político…

JC – A propósito de ideais na política, como foi seu início?

Olívio – Meu pai, carpinteiro, criou cinco filhos. Então, a consciência de que existe uma realidade a ser transformada vem de muito tempo. Jovem, militei na Igreja Católica. Tinha uns 15, 16 anos. A gente discutia a questão da desigualdade, da solidariedade, da caridade, do trabalho voluntário. Daí, vim a Porto Alegre com 18 anos incompletos, consegui vaga para trabalhar, mas faltou a carteira de reservista. Então, tive que voltar a São Luiz Gonzaga. E prestei lá o serviço militar.

JC - Teve atuação no movimento estudantil?

Olívio - Cheguei a ser presidente da União Saoluizense de Estudantes. Era uma entidade em que estudantes de famílias abonadas promoviam festas, bailes… Montamos uma chapa para discutir a ausência de escola pública depois do Ginásio. Ganhamos a eleição. Tinha 16 ou 17 anos. Na Igreja, havia uma campanha nacional por educandários gratuitos. E fiz parte do movimento em São Luiz Gonzaga, por uma escola pública de 2º Grau (Ensino Médio).

JC – E a vida sindical?

Olívio - Em 1961, fiz concurso para o Banrisul. Tinha 19 jovens disputando a vaga de contínuo… Entrei, fiquei três anos na função e fiz concurso interno para ser escriturário. Participei da minha primeira greve em 1962. Não tinha sindicato em São Luiz Gonzaga, mas foram até lá. Como fazia o trabalho de rua, fiquei encarregado de reunir o povo na Casa Rural. E se decidiu que os bancários de São Luiz Gonzaga entrariam em greve. Era uma luta salarial. Mas no segundo dia a greve acabou. E fiquei me perguntando: para entrar em greve teve reunião. Agora, para sair, ninguém nos consultou.

JC – E como o senhor veio para Porto Alegre?

Olívio – Eu continuava no movimento para ter aquela escola. Mas o clima político estava se fechando por conta da ditadura. O prefeito era primo do Jango, mas militava na Arena. E, uma vez que a escola fosse instalada, nós, os jovens, queríamos que a direção fosse eleita. Tive a petulância de escrever essas coisas no jornal. O prefeito não gostou e toda a estrutura de poder local funcionou para que eu fosse transferido ou perdesse o emprego. Mas eu era funcionário concursado do banco. Então, fui transferido para Porto Alegre.

JC – Por querer eleições…

Olívio – Meus pais eram eleitores do PTB, tinham retrato do Getúlio. Mas um tio, irmão da minha mãe, dizia: “Olha, tem muito rico no PTB também. Temos que pensar com a nossa cabeça para não ser massa de manobra.” Esse tio, Pedro Beis, em 1954 – Getúlio em crise, iria se suicidar em seguida – foi pego numa madrugada colando cartazes com críticas que só quem fazia era o Partidão (Partido Comunista Brasileiro). E foi preso. Aí, nos revezamos mandando uma viandinha para o tio Pedro na cadeia. Eu tinha 13 anos, fui em várias ocasiões. Até que ele foi solto graças a um advogado do Partidão. Com a pecha de comunista numa cidadezinha, meu tio veio a Porto Alegre.

JC – Também a contragosto.

Olívio – Conto essa história porque em 1979 fui preso na nossa greve dos bancários, fiquei 14 dias na Polícia Federal. E um dia chegou uma visita: Pedro Beis. Fazia muito tempo que eu não via o tio Pedro. Cheguei na salinha e lá estava ele com uma carteirinha de cigarro. E disse: “Olha, meu sobrinho, vim aqui retribuir porque, quando eu estive preso 25 anos atrás, tu me levavas uma viandinha lá na cadeia.” E eu: “Muito obrigado, tio Pedro. O caso é que eu não fumo. Mas fico muito grato pelo gesto”.

JC – E o seu ingresso no Sindicato dos Bancários?

Olívio - Cheguei em 1970, me colocaram na agência mais periférica de Porto Alegre na avenida Francisco Trein com a Assis Brasil. E logo me filiei ao sindicato. Era temerário, tinha dois bancários presos pelo regime. Fizemos reuniões e um texto que denunciava a situação. Ninguém assinou, claro. Queríamos que a categoria soubesse…

JC – Foi uma iniciativa sua?

Olívio – Não. Isso foi o pessoal ligado às áreas de base da Igreja, de movimentos para proteger as pessoas perseguidas. Fizemos o texto e mandamos para todas as agências de banco. Lembro da chegada desse envelope na agência onde eu estava. O gerente me chamou. “Tem um problema aí com uns bancários. Tu és o cara que vai no sindicato, traz as informações” – o sindicato tinha um departamento odontológico e eu divulgava o serviço. “Então, Olívio, acho meio perigoso isso aí. Mas dá um jeito.” Bom, entreguei aos colegas. A informação circulou. Até que um dia chegou lá na agência o presidente do sindicato. E começou a me explicar a situação daqueles dois bancários. O sindicato tinha colocado advogado, mas os órgãos de repressão estavam em cima.

JC – E o ingresso na direção?

Olívio - Outra vez o presidente veio à agência. “Tu tem ido nas assembleias e estão esvaziadas.” E me propôs que eu fosse para a executiva. Mas eu tinha feito vestibular para a Ufrgs. “Não quero dar o meu nome e depois não poder dar conta das reivindicações.” Aí, fiquei na quarta suplência. Quase no final desse mandato, quatro diretores deixaram de ser bancários. E fui convocado em 1974. Na divulgação, começamos a trabalhar com o pessoal da Coojornal; Santiago e Edgar Vasquez faziam charges. E a luta por liberdade e autonomia sindical nos possibilitou a relação com outras categorias. Em 1975, teve eleições e fui colocado na cabeça da chapa. Conheci o Lula nessa época. Fui reeleito no sindicato em 1978, e depois, cassado em 1979, na nossa greve dos bancários, a primeira grande greve de uma categoria do Rio Grande.

Perfil

Olívio de Oliveira Dutra completa 70 anos na sexta-feira. Formou-se em Letras pela Ufrgs, embora tenha trabalhado no Banrisul, após concurso, até se aposentar em 1996. Ganhou visibilidade como líder do Sindicato dos Bancários durante a ditadura militar. Foi preso ao liderar a primeira greve de trabalhadores bancários no Estado em 1979. Missioneiro de Bossoroca, sua trajetória política começou ainda na adolescência, no movimento estudantil em São Luiz Gonzaga. Sua primeira filiação se deu no Partido dos Trabalhadores, sigla da qual é um dos fundadores no Estado. Obteve a primeira vitória nas urnas em 1986, ao se eleger deputado federal constituinte pelo PT. No ano seguinte, assumiu a presidência nacional do partido. Sua eleição para a prefeitura de Porto Alegre, em 1988, marcou a chegada do PT ao comando da Capital. Sua gestão (1989-1992) foi destacada pela criação do Orçamento Participativo. Em 1998, Olívio foi eleito governador do Rio Grande do Sul. Não foi candidato à reeleição por ter sido derrotado nas prévias do partido por Tarso Genro, em 2002. Também disputou o Piratini em 1982, 1994 e 2006. Foi ministro das Cidades de Lula entre 2003 e 2005 e presidiu o PT gaúcho por seis mandatos desde a fundação da sigla – o último se encerrou em 2009.

Fonte: PT/RS

http://www.pt.org.br/portalpt/noticias/midia-7/olivio-dutra:-%E2%80%9Do-pt-nao-surgiu-nos-gabinetes-o-partido-veio-de-baixo-para-cima%E2%80%9D-66931.htm

PALOCCI SAI E ASSUME SENADORA GLEISI HOFFMANN

Gleisi Hoffmann aceita convite e substituirá Palocci na Casa Civil

Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em Brasília

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) aceitou o convite da presidente Dilma Rousseff para substituir o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que entregou o cargo nesta terça-feira (7). A informação foi confirmada ao UOL Notícias por um assessor próximo a Dilma.

Gleisi é mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que era um dos cotados para assumir o cargo. Dilma se reuniu no fim de semana com candidatos à vaga de Palocci. Conversou com Bernardo, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e com o próprio Palocci. A definição por Gleisi só saiu depois de uma conversa com esses dois ministros, disse a fonte ligada a Dilma.

Hoje, Palocci entregou uma carta a Dilma solicitando o afastamento do cargo. "O ministro considera que a robusta manifestação do procurador-geral da República [Roberto Gurgel] confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta", diz a Casa Civil em nota oficial. "Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento".

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, anunciou na noite desta segunda-feira (6) o arquivamento das representações dos partidos da oposição contra Palocci. Em seu parecer, o procurador ressaltou que “não compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar atos de improbidade administrativa atribuídos a autoridades com prerrogativa de foro” e que “não detém o Procurador-Geral da República atribuição para a análise das representações sob tal perspectiva, incumbindo-lhe o seu exame exclusivamente no aspecto penal”.

O início da polêmica

O desgaste envolvendo o ministro começou em um domingo, 15 de maio, data da publicação de reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrando que o patrimônio pessoal do político multiplicou-se por 20 em quatro anos.

Em 2006, quando foi eleito deputado federal, Palocci declarou à Justiça Eleitoral ter um patrimônio estimado em R$ 375 mil, em valores corrigidos pela inflação. Ele tinha uma casa, um terreno e três carros, entre outros bens.

Pouco antes de assumir o cargo no governo Dilma Rousseff, no entanto, ele comprou um apartamento em São Paulo cotado em R$ 6,6 milhões. No ano anterior, ele havia adquirido um escritório por R$ 882 mil. Ambos imóveis foram comprados em nome da Projeto, empresa da qual o ministro possui 99% das ações.

Criada em 2006 como administradora de imóveis, a empresa virou uma consultoria dois dias antes de Palocci chegar à Casa Civil. Como o salário de parlamentar (R$ 974 mil, brutos, em quatro anos) seria insuficiente para quitar todo o patrimônio, as dúvidas sobre os negócios do petista começaram a surgir.

Na época da reportagem, Palocci não quis identificar seus clientes nem informou o faturamento da empresa. Dois dias depois da divulgação das informações pela imprensa, após uma reunião entre o ministro, Dilma e outros integrantes do alto escalão do governo, o Planalto ainda tentava abafar o escândalo. "Para nós, o assunto está encerrado e nós estamos muito satisfeitos com esse resultado. Vamos para frente", disse na ocasião o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência).

A oposição, no entanto, não deixou o assunto esfriar. Parlamentares dos partidos contrários ao governo Dilma iniciaram uma série de indagações públicas, sempre pedindo esclarecimentos claros do político. Para tentar conter os ânimos do Congresso, Palocci enviou uma mensagem aos deputados e senadores dizendo que toda pessoa que, como ele, passa pelo ministério da Fazenda, vive "uma experiência única que dá enorme valor a esses profissionais no mercado”. Citando ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central, muitos deles tucanos, o petista tentou passar a impressão de que seu caso não era incomum.

O bate-boca entre PT e partidos oposicionistas se acirrou. O governo federal chegou a acusar a Prefeitura de São Paulo pelo vazamento das informações sobre o patrimônio do ministro. "O governo sabe de onde veio. Houve um vazamento na prefeitura", disse Carvalho à imprensa no dia 24 de maio. O governo paulistano negou.

De lá para cá, Palocci virou manchete dos principais noticiários brasileiros e alvo de críticas constantes no Congresso. Até mesmo entre a alta cúpula petista, incluído aí o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, crescia o sentimento de que o ministro deveria explicar sua situação publicamente, como forma de encerrar a crise.

VALTER POMAR FALA SOBRE A VITÓRIA DE HUMALA

Esquerda e progressistas comemoraram vitória de Humala, no Peru, diz Pomar

O dirigente nacional do PT e secretário-executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, se encontra em Lima, no Peru, onde acompanhou a vitória do candidato Ollanta Humala no segundo turno das eleições naquele país.

Em entrevista ao Portal do PT, Valter Pomar falou sobre o clima político no Peru durante a eleição e após a concretização da vitória de Humala. Ele afirmou que a esquerda, os democratas e progressistas da América do Sul e da comunidade internacional comemoraram a vitória do candidato nacionalista no país vizinho.

Segundo Pomar, a elite peruana não tem compromisso com a democracia e com os direitos humanos e por isso deflagou uma campanha de medo durante o segundo turno. Para ele, o novo presidente terá que ter muita tranquilidade para enfrentar e neutralizar o jogo sujo da direita fujimorista e não ceder à chantagem. (Geraldo M. Ferreira - Portal do PT)

Confira a entrevista na íntegra:

Como foi a realização do segundo turno das eleições no Peru?

Tensa. A elite peruana deflagrou uma campanha de medo, anticomunista, suja. Esta elite não tem compromisso com a democracia, com os direitos humanos e com a luta contra a corrupção. Preferiam uma Fujimori do que votar em uma candidatura progressista, porque não querem ceder nada, querem ficar com todos os lucros derivados do crescimento econômico recente do Peru.

A vitória de Ollanta Humala por uma pequena margem de votos já era esperada diante do cenário político atual do Peru. O país continuará dividido? Qual é a expectativa agora para o futuro governo?

A linha da campanha de Ollanta Humala foi ampliar em direção ao centro, para neutralizar os setores de direita que não aceitam a corrupção, a ditadura e o fujimorismo. Este movimento de concertación vai continuar, pois a direita fujimorista é insaciável e perigosa. Para dar uma idéia disto, a bolsa de LIma caiu 8% depois da vitória de Ollanta. Qual o motivo? Chantagem! Perderam a eleição, mas querem impor um ministério que faça o que Fujimori faria. Por isso, será preciso muita tranquilidade para não cair na provocação, nem ceder a chantagem. Se Ollanta Humala conseguir isto, e estou seguro de que vai conseguir, as expectativas são as melhores.

Como foi recebida a vitória de Humala no continente sul-americano e pela comunidade internacional?

Pela esquerda, pelos democratas, pelos progressistas, pelos que sabem o que foi Fujimori, a vitória de Ollanta foi recebida com alegria e alívio.

Humala já adiantou como será a composição do novo governo? Na sua opinião, qual será a base da equipe governamental dele?

Será um governo democrático, progressista, de centro-esquerda,com importantes aliados de direita.

Qual é a situação de Humala no Parlamento peruano? Ele tem uma base de apoio para garantir a governabilidade?

Sim. Sua coalizão de primeiro turno, mais os aliados de segundo turno, mais setores que vão desgarrar agora do bloco fujimorista, permitem começar o governo com apoio parlamentar.

Humala discursou logo após o anúncio da vitória e prometeu realizar políticas de inclusão social. O Brasil servirá de modelo para o novo Peru que ele pretende construir?

Ollanta Humala tem dito que o Brasil é um exemplo, mas não um modelo. Tem uma frase conhecida, de um intelectual comunista peruano chamado Mariategui, que fala que é preciso construir para o Peru um caminho sem calco nem cópia. Não precisa traduzir, certo? Nada de modelo.

BOMBEIROS: NOTA DA EXECUTIVA DO PT-RJ


PT cobra diálogo ao governo

Neste início de junho o Rio de Janeiro vivencia uma histórica crise institucional com
a inédita mobilização e manifestação dos bombeiros, que legitimamente reivindicam um
salário melhor que os atuais R$ 900 líquidos, vale transporte e melhores condições de
trabalho.

O PT-RJ, através da sua Comissão Executiva Estadual expressa seu apoio a organização e
mobilização dos bombeiros do nosso estado e orienta seus parlamentares a colaborarem com
o atendimento das justas reivindicações, se colocando à disposição do movimento para
construir junto ao governador Sergio Cabral uma mesa de negociação.

Vamos trabalhar para que o governo Cabral busque o diálogo democrático e o avanço no
atendimento das reivindicações da sociedade, como bem tem feito na questão dos direitos
difusos e seu firme combate à homofobia.

sábado, 4 de junho de 2011

ALEIDA GUEVARA, FILHA DE CHE, NO CASA GRANDE

O evento abre as comemorações de 45 anos do Teatro Leblon

Anotem na agenda porque é imperdível. No final do mês de junho, dia 27, uma segunda-feira, Aleida Guevara, filha de Che Guevara, vai falar sobre as reformas que ocorrem em Cuba, no ciclo de palestras em curso no Teatro Oi Casa Grande.

Esse evento abre as comemorações dos 45 anos do histórico Teatro do Leblon.

Sempre às 20h, a cada mês uma personalidade fala, seguido de debate, sobre assuntos do Brasil e de nossa inserção no mundo.

Aleida Guevara é pediatra a ativista cubana. Falará do atual momento político de Cuba, com as reformas sendo implementadas no país, sob a liderança de Raúl Castro.

A entrada é franca!

Não tem inscrição prévia nem nada. É só chegar antes da hora do início e aproveitar para visitar, no local, a pequena livraria da Editora Expressão Popular (www.expressaopopular.com.br).

Estacionamento, PAGO, no Shopping Leblon.

O Teatro Oi Casa Grande (http://oicasagrande.oi.com.br/) fica na Rua Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon.

Esta será a quarta palestra do ciclo que teve o professor Emir Sader em março, João Pedro Stédile, dirigente do MST, em abril e o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães em maio.

Para os meses seguintes, já temos acertado o reitor da UFRJ Aloísio Teixeira e o analista político e escritor Wladimir Pomar.

Também faremos uma homenagem (com palestrantes e dia a serem divulgados) ao centenário de nascimento de Nelson Werneck Sodré.

Organização: Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF – http://amigosenff.org.br/site/), Instituto Casa Grande (ICG – http://institutocasagrande.wordpress.com/) e jornal de Cultura e Política Algo a Dizer (www.algadizer.com.br), que está publicando as transcrições na íntegra.

Enviado por Kadu Machado

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PROTESTO NA ORLA CONTRA CÓDIGO FLORESTAL


Blocos de rua organizam manifestação pela revisão do Código Florestal, no dia 19 de junho, domingo

Os mais tradicionais blocos carnavalesco da zona sul, centro zona norte do Rio estarão no domingo, dia 19 de junho, no Posto 6 (Praia de Copacabana), a partir das 10h, em protesto contra o Código Florestal aprovado na Câmara Federal, que prevê, entre outras coisas, anistia aos desmatadores e flexibiliza a extensão e o uso de áreas de proteção ambiental. A moblização social é fundamental para a revisão no senado federal de pontos que comprometem a imagem e os compromissos assumidos pelo governo brasileiro nos foruns internacionais sobre preservação ambiental, e a nossa opção por um desenvolvimento econõmico sustentável. Vamos todos lá!