A rebolagem publicada de Mercadante
Atualizado em 20 de agosto de 2009 às 17:47 Publicado em 20 de agosto de 2009 às 17:12
O momento "I'm not a crook" do Mercadante, ou A rebolagem de Mercadante*
por Luiz Carlos Azenha
Richard Nixon ficou famoso por um discurso que fez em 1952, o Checkers Speech, quando ele era candidato a vice-presidente dos Estados Unidos. Diante de uma audiência nacional, na TV, Nixon mandou: "I'm not a crook". Ou, "não sou bandido". Mas quem havia dito que ele era?
O senador paulista Aluisio Mercadante anunciou que vai renunciar ao cargo de líder do PT no Senado, mas afirma que não faz isso "levando em conta considerações políticas". Quem o havia acusado de fazer isso? Estamos todos certos de que o senador resolveu renunciar por ter se descoberto, de repente, cercado de "ó, horror" pilantras.
O fato concreto é que Mercadante, que sempre foi um guerreiro do PT, corre o risco de perder as eleições para o Senado no ano que vem, em São Paulo, especialmente se o adversário dele for um jovem prometendo "limpar" o Congresso. Tipo Protógenes Queiroz, por exemplo. Não há nada de errado em o senador, agora, proteger o seu capital político, dando uma de campeão da ética interessado em "refundar" o PT, ou alguma outra saída política.
O problema é que Mercadante corre o risco de ficar mal com todos os públicos. Embora nesse momento de extrema dor ele seja acudido pela mídia corporativa, que oferecerá ao senador todo o espaço necessário para que ele expresse o seu pesar, no ano que vem a porca torce o rabo. Quando as eleições de 2010 estiverem se aproximado a mídia será a primeira a acusar Mercadante de oportunismo. Pois, ainda que não seja isso, é o que parece: Mercadante descobriu que Sarney é Sarney com, no mínimo, sete anos de atraso, já que o senador maranhense desde 2002 é da base governista. Convenientemente, Mercadante descobriu isso no ano que antecede a eleição.* Novo título levando em conta o comentário do Francisco Latorre
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
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