quinta-feira, 8 de outubro de 2009

PETISTAS DEFENDEM CANDIDATURA CIRO EM SP

Petistas pernambucanos criticam postura de Marta
Publicado em 08.10.2009
Fonte jc oline

Líderes e deputados federais pelo PT pernambucano saíram em defesa de Ciro Gomes e criticaram as declarações da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. O mais contundente foi o deputado Fernando Ferro, que qualificou a atitude de Marta como “despropositada” e “intempestiva”.

“É a reação de quem está olhando para o próprio umbigo e esquece que estamos num projeto nacional. Entendo que a disputa presidencial é mais importante do que São Paulo”, avaliou Ferro. Ele e o restante da bancada petista na Câmara dos Deputados, assim como os líderes Humberto Costa e João Paulo, são unânimes em defender que os debates regionais atendam ao projeto nacional de fortalecer a candidatura única da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Com a decisão de transferir o seu domicílio eleitoral para São Paulo, Ciro Gomes mantém a possibilidade de se lançar como candidato ao governo daquele Estado. Uma alternativa à proposta de disputar a Presidência da República. Essa é a tese do presidente Lula e, apesar da reação de Marta Suplicy, recebe o respaldo PT.

Para o secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, a transferência de domicílio de Ciro Gomes deve ser encarada “como um gesto de boa vontade”. Humberto considera que o posicionamento de Marta foi “equivocado”. O político acredita que o nome do socialista é o melhor para a disputa em São Paulo. Para o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, João Paulo, Marta agiu de forma isolada. “O que ela falou é o que ela acha.”

O deputado federal Maurício Rands avalia que o PT e o PSB de São Paulo podem lançar candidatura única, a de Ciro Gomes. “Ajudaria a unidade nacional.” Para Rands, Marta “não foi feliz” nas suas colocações. O político entende que Ciro é um candidato “preparado” para disputar o governo de São Paulo.

Fernando Nascimento defende que o PT apoie uma possível candidatura de Ciro em São Paulo. “Ele é forte para conturbar o ambiente de José Serra (possível candidato do PSDB à Presidência).” Pedro Eugênio, considera a transferência de domicílio como “legítima”. Para ele, a melhor estratégia para São Paulo deve ser discutida entre PT e PSB.

Comentário

A declaração da ex-prefeita Marta Suplicy reflete a posição até o momento acumulada pela direção estadual do PT paulista, mas quando enfatiza que a alternativa a um eventual apoio do PT a candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB) ao governo de São Paulo é o deputado federal Antonio Palocci (PT), fica-se com uma "pulga atrás da orelha", tornando-se, por sua vez, inevitável a comparação entre os dois supostos postulantes ao apoio do partido.

Do ponto de vista programático, a balança pende para Ciro Gomes, que há muito se afastou das teses econômicas neoliberais e preconiza uma posição de cunho desenvolvimentista, bastante afinada com o estágio atual do governo Lula - coincidência ou não, após o afastamento de Palocci do Ministério da Fazenda - e com o próprio. Além de ser um "anti-serrista" ferrenho.

Enquando que com o ex-ministro da Fazenda ocorre justamente o contrário, o seu cacife eleitoral, segundo é divulgado, é o fato de ter muitos pontos de contato com o tucanato. Salvo o viés udenista encarnado pelo PSDB, detentor de um forte apelo na classe média paulista, que certamente será explorado contra Palocci numa eventual campanha, por conta dos processos que tramitam contra ele no Supremo Tribunal Federal,

Os petistas pernambucanos, conterrâneos e alguns deles muito próximos do presidente Lula, estado onde o PT participa de um governo comandado pelo presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que disputa a reeleição e precisa do apoio dos petistas locais, com tais declarações, manifestam um desagravo e corroboram com o desejo supostamento manifestado pelo presidente da República de ter Ciro disputando o governo paulista.

Como nada tem de espontânea uma bateria de declarações como essa, resta saber se elas não só foram combinadas com o Palácio do Planalto, mas também com o próprio governador pernambucano.

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