sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

LUIZ SÉRGIO ESTÁ NO CAMINHO CERTO, QUEM DECIDE É O CONGRESSO ESTADUAL DO PT


"A aliança entre PT e PMDB tem como princípio o Cabral ser o governador e os outros cargos serem definidos a partir da negociação entre os partidos que compõem a aliança. A idéia é que a gente possa construir o governo, e não aderir. Se a decisão de ter o Pezão (Luiz Fernando Pezão, vice governador do Estado do Rio, que Cabral quer manter no mesmo cargo nas eleições de 2010) já estiver tomada, podemos em março, decidir por uma candidatura própria" (Declaração do presidente estadual eleito do PT-RJ, deputado federal Luiz Sérgio (foto), publicada hoje no jornal O Globo)

Comentário do Blog

Ao contrário do seu antecessor, Alberto Cantalice, que conclui o mandato de maneira melancólica, ao ostentar a imagem de fiel escudeiro do governador Sérgio Cabral, o que não seria nada demais para um quadro do PMDB, mas algo inadmissível para um presidente estadual do PT, o deputado federal Luiz Sérgio com esta e outras recentes declarações, resgata a tese defendida incansavelmente pelo editor deste Blog, que o partido deve estabelecer uma relação autõnoma e altiva com os seus aliados.

Tal postura, além de se constituir uma resposta a altura ao governador, que de forma desrespeitosa declarara "que era mais fácil o Sargento Garcia prender o Zorro do que ele abrir mão da indicação do vice da sua chapa" - certamente avaliando estar tratando ainda com o Cantalice, ou que Luiz Sérgio reproduziria comportamento semelhante ao do seu antecessor por quem foi apoiado -, reflete o fato de que a tese candidatura própria, ao contrário do que alardeiam alguns, não foi sepultada junto com a derrota de Lourival Casula, no segundo turno do PED.

A eleição de delegados ao congresso estadual do PT-RJ, que será realizado em março, é um retrato do equilíbrio entre as duas táticas eleitorais debatidas no partido e, a despeito da eleição de Luiz Sérgio, entre os seus apoiadores há defensores da candidatura própria, e muita gente indecisa, principalmente petistas ligados a pré-candidaturas proporcionais que temem pelo desempenho da legenda do PT, se ao invés do número 13, o 15 (do PMDB) for a referência.

A política nacional e a construção de alianças em torno da candidatura da ministra Dilma Roussef à Presidência da República, a principal bandeira dos apoiadores da reeleição de Cabral, está ainda distante de um equacionamento, e da definição se este (equacionamento) passa pelo Estado do Rio, como bem percebe Luiz Sérgio, Já que depende de variáveis que inserem na discussão outros estados, a cúpula nacional do PMDB, o desempenho de Dilma Roussef nas pesquisas, a definição de qual será o cenário de candidaturas à presidência e de quem será o candidato da coalizão oposicionista, formada pelo PSDB, DEM e PPS.

Luiz Sérgio, que demonstra não se situar entre aqueles petistas que desejam apoiar Cabral de qualquer jeito, pois constroem seus projetos eleitorais a partir da aliança com o PMDB e dos espaços ocupados na máquina pública, conheceu mais do que nunca nesta disputa do PED, o poder de atração que a tese da candidatura própria exerce sobre a militância petista, acompanha a mediocridade com claros contornos neoliberais que afigura-se o governo Cabral, a postura autoritária do governador no trato com possíveis aliados e a força eleitoral já demonstrada pelo prefeito Lindberg Farias. Além disso tudo, não deseja incrementar uma guerra civil no interior do petismo fluminense e nem ser o presidente de 52% do partido.

Os proximos passos dele e da nova direção estadual revelarão se o presidente eleito, Luiz Sérgio, está "jogando para a platéia", ou se vai levar às últimas consquências tal postura. De qualquer forma o debate sobre a tática eleitoral do partido no Estado do Rio de Janeiro ainda está em aberto, e, como declarou o presidente ainda em exercício, Alberto Cantalice, numa das poucas declarações felizes que proferiu no último período, quem vai decidir sobre o assunto são os delegados eleitos para o congresso estadual do PT-RJ.

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