sábado, 2 de janeiro de 2010

FALSA POLÊMICA SOBRE O PT NO O GLOBO

Vaga para o Senado abre crise no PT
Berzoini defende Benedita e diz que candidatura de Lindberg não está garantida.

A passagem do ano é sempre assim. No final do ano o distinto público que consome jornais com perfil editorial de O Globo, com os poderes legislativos e judiciários em recesso em todo o país, e os executivos funcionando a "meia bomba", está mais mobilizado para as festas e, no início do novo ano, para as férias, tanto as próprias quantos as escolares dos filhos e netos. Mais os jornais têm que circular, mesmo com suas tiragens substancialmente reduzidas, afinal de contas, há o compromisso com os assinantes.

Para tanto, qualquer notícia é notícia. Desde as tragédias motivadas pelas chuvas, passando pelas especulações de novas contratações e renovações de contrato no futebol, até falsas crises políticas, como a que hoje é publicada com destaque na página 3 do jornal O Globo, cujo título e sub-título estão destacados em epígrafe, envolvendo a indicação do PT para a disputa de uma vaga ao Senado Federal nas eleições que ocorrerão em outubro de 2010., que só será formalizada no final de junho.

Como no PT tem sempre gente disposta a alimentar falsas polêmicas, enquanto os partidos de oposição ao govern federal se silenciam lambendo as feridas de um final de ano trágico para as suas pretensões eleitorais, os rumores sobre a existência de um acordo em torno daquela indicação, realizado entre o governador Sérgio Cabral e o prefeito Lindberg Farias, leva os presidentes nacional, Ricardo Berzoini, e estadual, Alberto Cantalice, do partido, concluindo um mandato que termina no próximo mês, a "morderem a isca" - ou simplesmente aparecer tendo em vistas suas futuras pretensões eleitorais -, no intuito de aplacar uma eventual insatisfação da secretária Benedita da Silva, que almeja a mesma vaga e há muito anunciou tal desejo.

Se foi para isso, bastava convocarem Benedita da Silva, de preferência na presença dos presidentes eleitos para aqueles cargos, ja que irão conduzir o processo eleitoral e as definições partidárias, e esclarecer internamente a questão.

Enfim, revelar o que está previsto no estatuto do partido em situações como esta, algo que a secretária conhece muito bem, pois é bastante rodada em disputas internas do partido. Isto é: em situações como está, quando não há consenso entre duas ou mais pré-candidaturas, realizam-se prévias para a escolha de uma delas.

Salvo eventuais mudanças promovidas no congresso nacional do partido que será realizado em fevereiro, vale o que ainda está escrito. E ponto.

Tal postura de apego as decisões internas do partido não se verificou, pelo menos originado da verve de Cantalice, quando das especulações em torno do acordo firmado para o PT apoiar a reeleição do governador Sérgio Cabral, mesmo antes de realização do PED. Só depois quando se verificou a vitória apertada da candidatura de Luiz Sérgio a presidência estadual do partido, o equilíbrio na eleição de delegados para o congresso estadual do PT, a ser realizado em março e após, segundo o noticiário, Lindberg Farias ceder às pressões do Palácio do Planalto para desistir da disputa ao governo do estado.

Quanto a disputa ao Senado em sí, fora o engodo de vender aos incautos a idéia que o deputado estadual Jorge Picciani, que controla o PMDB estadual, vai abrir mão da sua vaga a disputa do senado, para a qual está em desenvolta campanha, e do compromisso dos petistas com ela - quando há duas disponíveis, ele já abriu mão na eleição passada, quando havia apenas uma disponível, para o hoje senador Francisco Dornelles -, há duas pré-candidaturas lançadas que vivem momentos políticos bem distintos

Uma lançada a "frio", que é a de Benedita da Silva, que além do desgaste natural de quem está há muito tempo em exposição política e experimentou uma passageum traumática a frente do governo do estado, como secretária, cumpre uma atuação discreta e de pouca visibilidade e outra a "quente", que é a de Lindberg Farias, que além de percorrer o estado em pré-campanha para o governo, colhe uma boa avaliação na sua gestão frente a Prefeitura de Nova Iguaçu. Além disso, no recente PED, revelou sua força ao dividir o partido ao meio na disputa, mesmo apoiando a candidatura de Lourival Casaua a presidente estadual do partido, que não possuia o currículo e o peso político do deputado federal Luiz Sérgio, nem tampouco o apoio da cúpula nacional do partido e do Palácio do Planalto.

Logo, qual a candidatura ao Senado que se aproxima mais dos interesses do Planalto - que estranhamente agora não é levado em conta, como era quando da disputa pela indicação de candidatura ao governo do estado - e do governador Sérgio Cabral, de reduzir ao máximo as altercações em torno do apoio do PT á sua reeleição: a que representa o apoio que ele há muito possui, ou a que pode agregar mais?

A despeito da opção que fará o petista que edita este blog, com acordo ou com disputa, a pré-candidatura de Benedita da Silva ao Senado ( tal qual aquela história do sujeito que não queria dizer para o dono do gato que este morreu ao cair do telhado) já começou a "subir no telhado". O resto é uma desnecessária exposição do partido para uma mídia que trabalha amiúde para desqualificá-lo, e incremento da disputa interna. E ainda falam de construção da unidade partidária.

Luiz Sérgio que está na ascendente e não é nada bobo se preservou deste "mico". Pelo menos, por enquanto.

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