terça-feira, 25 de maio de 2010

PT-RJ: A POLÊMICA SUPLÊNCIA AO SENADO

A suplência ao PP é "Cavalo de Tróia"

O Diretório Estadual do PT em sua última reunião adiou a definição da escolha do primeiro suplente ao senado. Tal indicação assumiu incontestável importância, na medida em que o candidato ao senado lançado pelo partido, Lindberg Farias, ostenta condições reais de eleição e potencial, caso eleito, de se afastar do mandato para ocupar uma secretaria ou ministério, ou ainda disputar com êxito a sucessão de Sérgio Cabral Filho (PMDB) no governo do Estado do Rio de Janeiro em 2014

Por isso, uma disputa antes restrita ao ex-prefeito de Niterói, Godofredo Pinto, e ao ex-presidente do PT de Campos (região norte do Estado), Hélio Anomal, para a primeira suplência do senado, agora além da busca pela construção do consenso em torno do nome do sociólogo e escritor Emir Sader, pode introduzir um nome de outro partido: segundo comentários, o do empresário do setor naval Hélio Ferraz, do PP, partido do senador Francisco Dornelles (RJ).

Por trás desta última alternativa, há um suposto interesse do PT de atrair para o apoio à Dilma Rousseff, o partido do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que apóia a candidatura de José Serra, cuja biografia não recomenda tal aproximação.

O petismo parece que esqueceu o drama vivido a partir de 2005, onde o seu patrimônio político foi abalado por suspeita de envolvimento de algumas das suas lideranças em ações nada republicanas. Principalmente quando tal aproximação em alguns estados é, sobretudo, motivada pela conquista de fundos para financiamento de campanhas. Depois dizem que o povo é que tem memória curta ..

Uma das táticas da oposição tucano-demonista é reavivar na memória do eleitorado brasileiro aqueles episódios, que redundaram, inclusive, em propostas de impeachment do presidente Lula, logo abandonadas por falta de sustentação moral, política e jurídica.

Mas o afã de resolver a eleição presidencial em primeiro turno, para tanto a disputa por mais espaços no horário eleitoral de rádio e tv tornou-se um mantra, conduz o partido a embarcar novamente em relações perigosas e de retorno duvidoso.

Haja vista que o PP é notadamente um partido em franca decadência, sem perfil programático e doutrinário, que se sustenta do parasitismo partidário junto a quem oferecer as condições mais vantajosas. Não é à toa que negocia tanto com a campanha de Dilma Rousseff quanto com a de José Serra. Não sobrevive a uma reforma política que objetive fortalecer os partidos realmente constituídos no país.

O petismo fluminense já realiza concessões estranhas à natureza do partido ao apoiar a reeleição de Sérgio Cabral Filho (PMDB), por conta da aliança nacional com o partido do governador do Estado do Rio. O PMDB na coalizão além de indicar o candidato ao governo, o vice e um nome para o senado, sequer abre espaço para participação do PT na construção programática da coalizão.

Logo, é natural que caiba ao PMDB doravante realizar as concessões necessárias para a acomodação dos vários interesses partidários postos à mesa, para a formatação final da coalizão em torno da reeleição do governador Sérgio Cabral Filho.

Com efeito, não pode ser séria a premissa que preconiza que a indicação de um primeiro suplente do PP ao senado na cota petista, seja um elemento decisivo para os rumos que esse partido irá tomar em nível nacional. Está mais para “Cavalo de Tróia” para a introdução de outros interesses mais específicos.

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