quarta-feira, 30 de junho de 2010

ELEIÇÕES PRESIDÊNCIAIS: A TENDÊNCIA DO VOTO

Pode dar primeiro turno

Coluna Econômica

Pode dar primeiro turno nas eleições

É enorme a probabilidade de a eleição presidencial terminar no primeiro turno. É a opinião dos dois mais respeitados institutos de pesquisa de opinião do país: Vox Populi e Instituto Sensus.

Ontem o Instituto Vox Populi soltou sua pesquisa, mostrando vantagem de Dilma Rousseff de 40 a 35% para José Serra. Mas, computando os votos úteis, Dilma salta para 48%, a 2 pontos da vitória no primeiro turno.

20% ainda não se decidiram e a tendência majoritária será por Dilma. Segundo João Francisco Meira, do Vox, as tendências majoritárias nessas eleições são as seguintes:

1. As pessoas sentem que sua situação melhorou e não consideram que haja relação com o governo FHC. Ambos – Lula e FHC – garantiram a estabilidade, mas apenas Lula – segundo essa percepção – garantiu a melhora de vida.

2. As pessoas sentem que, além de sua vida ter melhorado, o governo é bom. Tanto que 80% consideram ótimo ou bom.

3. Há a convicção de que Dilma representa continuidade.

4. Além da desvantagem, o PSDB não terá tempo de TV a mais, para tentar reverter o jogo.

A esses fatores devem ser acrescentados os seguidos erros de condução da campanha do candidato José Serra.

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O erro mais notável foi a escolha de Álvaro Dias, do Paraná, para candidato a vice – provocando uma crise insanável com o DEM.

Para Ricardo Guedes, do Sensus, só há uma explicação para essa imprudência: a percepção, na campanha de Serra, de que o PSDB poderá perder o sul – fato inédito em campanhas eleitorais. A tática não seria mais a de angariar apoios – o que ocorreria com um candidato do nordeste – mas a de preservar a região.

O Sensus montou para vários clientes vários de discussão em São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Nesses grupos, as pessoas são convidadas a dar nota de 0 a 10 aos candidatos tanto no início quanto no final das discussões. Em todos os grupos se observou tendência de crescimento de Dilma e de queda de Serra.

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A explicação de Guedes é que ocorreu uma antecipação da campanha presidencial. É como se o primeiro turno tivesse terminado agora, diz ele. Nesse período houve exposição dos dois candidatos na mídia, debates, currículos e argumentos colocados, acusações, dossiês. Tudo o que poderia ocorrer no primeiro turno ocorreu agora.

Em Minas Gerais e São Paulo, a verdadeira campanha começa agora, diz ele. No Brasil, não.

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Submetidos a ataques intensos meses atrás – quando identificaram a possibilidade de vitória de Dilma, quando Serra ainda ostentava imensa maioria -, ambos os institutos saem da refrega com a reputação consolidada.

Para João Francisco, da Vox, o que diferenciou as análises foi o maior conhecimento histórico e político. Outros institutos limitavam-se a pegar números do dia e projetar, ou analisar tendências históricas sem que o Brasil tivesse conjunto de eleições suficiente para permitir extrapolações – da redemocratização para cá foram apenas quatro campanhas.

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As dúvidas, agora, são sobre a posição do DEM na sua convenção de hoje. Caso desista da coligação, o PSDB terá um horário de TV equivalente ao de um partido nanico.

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