Só falando assim, para definir o título da matéria publicada ontem por O Estado de S. Paulo (No dia da estreia da petista na TV, PT estimula debate sobre Farc). Reproduzo a íntegra da matéria ao final.
É Serra quem estimula o debate sobre as Farc. Mas o título da matéria inverte os fatos.
Qual o objetivo desta inversão? A matéria deixa claro o objetivo, quando diz que o PT vai jogar a candidata Dilma Rousseff em mais uma polêmica envolvendo a suposta ligação do partido com as Farc.
Ou seja: para o Estadão, o PT não é a vítima de uma calúnia, mas sim o responsável pela polêmica.
A verdade é outra: o PT vai participar do XVI Encontro do Foro de São Paulo, como sempre fizemos, desde 1990. A polêmica, quem está criando é a oposição.
E a oposição é como o lobo da fábula: não importa o que o cordeiro diga, o lobo sempre vai inventar um pretexto. Se formos, é porque fomos, se não formos, é porque temos algo a esconder….
A matéria repete mentiras publicadas noutras matérias, de vários meios; a esse respeito, sugiro ler o que disse na entrevista publicada no www.pt.org.br acerca do XVI Encontro do Foro de São Paulo.
Leia a seguiur a matéria publicada no O Estado de São Paulo:
No dia da estreia da petista na TV, PT estimula e sobre Farc
Partido vai participar do 16.º Foro de São Paulo, instância da esquerda da América Latina, que ainda discutirá controle da mídia
30 de julho de 2010 | 0h 00
João Domingos / BRASÍLIA – O Estado de S.Paulo
No dia da estreia do programa eleitoral dos candidatos à Presidência – 17 de agosto -, o PT vai jogar a candidata Dilma Rousseff em mais uma polêmica envolvendo a suposta ligação do partido com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Não bastasse isso, os petistas vão entrar também em outro debate que Dilma afirma abominar: o controle social dos meios de comunicação.
Nesse dia, 16 petistas, entre eles o deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP), um dos principais coordenadores da campanha de Dilma, estarão em Buenos Aires para participar da abertura do 16.º Foro de São Paulo – a instância cuja meta é a socialização da América Latina e do Caribe.
O documento preparatório do encontro de Buenos Aires, ainda em sua versão em espanhol, afirma que é preciso fazer o controle social da mídia. E diz que o resultado do pleito presidencial no Brasil influenciará todo o processo eleitoral na América do Sul e no Caribe, notadamente na Argentina no ano que vem. Por isso, prega a eleição de um candidato de esquerda.
Os principais idealizadores do Foro, criado em 1990, foram o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, que disputa a Presidência pelo PSOL. Lula decidiu convocar partidos de esquerda da América Latina e do Caribe depois de receber a visita, em sua casa, em São Bernardo, do então presidente de Cuba, Fidel Castro.
Representantes das Farc estiveram nesse Foro, realizado em São Paulo, fazendo com que a guerrilha aparecesse como uma das fundadoras da instância esquerdista, assim como o Exército de Libertação Nacional, ambos da guerrilha colombiana.
Pesquisas. O tucano José Serra decidiu explorar essa suposta ligação do partido de Dilma Rousseff com as Farc. Tem insistido no tema, amparado por pesquisas qualitativas que apontariam para possíveis prejuízos eleitorais à petista caso consiga deixar no eleitor certa desconfiança quanto à ligação com a guerrilha terrorista. O assunto foi trazido à campanha pelo vice de Serra, Índio da Costa (DEM).
O secretário executivo do Foro, Valter Pomar, da ala mais à esquerda do PT, afirmou que as Farc nunca participaram dessa instância das esquerdas da América Latina e do Caribe. “Os partidos de esquerda latino-americanos estão implementando estratégias que combinam luta eleitoral e luta social. A maioria desses partidos apoia, na Colômbia, o Pólo Democrático Alternativo, que já disputou duas eleições presidenciais”, argumentou. As Farc, na visão dele, preferem conduzir a guerrilha.
O ex-vereador Edson Albertão (PSOL), de Guarulhos, um dos poucos que assumem abertamente ter contatos com as Farc, lamentou que o PT tenha decidido rejeitar a participação de grupos como as Farc no Foro de São Paulo. “Eu não concordo com isso. É uma inflexão à direita, discriminatória e odiosa a um grupo que definiu sua forma de luta não porque quis, mas porque foi obrigado a isso”, disse.
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