Dilma foi a Dilma, essa noite.
11 outubro 2010 Sem Comentários
Por Ivo Pugnaloni
No debate de hoje, na Band, a Dilma estava à vontade.
Parece que soltaram as amarras que o bom-mocismo vinha prendendo aquela guerreira.
Já no primeiro assalto, voou como uma leoa, no “pescoço” do FHSerra, defendendo sua honra, sua pessoa, sua história.Dilma começou muito bem, cobrando o Serra pela campanha de mentiras e xingamentos desenvolvida contra a pessoa dela.
Serra aparentemente, não esperava por isso.
Ele ficou surpreso e sem ter outra coisa que falar, “se solidarizou” com ela e disse que ele não xinga ninguém, mas que “as pessoas, que ficam em dúvida” frente a uma candidata mais desconhecida.
Dilma não deixou ele fugir da responsabilidade e mostrou que é sim a campanha do Serra, a origem da baixaria quando disse com todas as letras que era a própria Monica Serra, mulher dele, que a acusava publicamente de ser a favor do assassinato de crianças inocentes.
Serra se enrolou todo e só faltou confessar que está mesmo envolvido na baixaria.
Em pleno debate Serra estranhou a “agressividade” da Dilma, queixando-se com seus assessores, ao vivo ( “Eu não estou entendendo essa agressividade”) como se aquilo fosse algo não esperado.
Dilma manteve Serra sempre na defensiva, com o assunto da privatização e com o desmonte do estado, devido à submissão ao FMI, devolvendo com precisão cada golpe do Serra quando reclamava dos portos, aeroportos e estradas.
Ela cobrou do Serra quantas empresas ele privatizou como ministro do planejamento.
Ele não respondeu.
Ela cobrou do Serra o que aconteceu com o Paulo Vieira, assessor dele, que fugiu com 4 milhões da campanha.
Ele não respondeu.
Mas ela se esqueceu de pedir aos seus eleitores para ajudarem na campanha, coisa que o Serra não se esqueceu de fazer, fazendo pedido a que cada eleitor consiga mais um.
Michel Temer achou que a agressividade maior da Dilma deve ter o efeito de motivar ainda mais a militância para ir ganhar as eleições nas ruas, que é aquilo que todos estamos sentido falta.( menos aparentemente, alguns setores da campanha que preferem a TV e ficar mandando mensagem para nós mesmos pela internet )
Ricardo Boechat, o mediador, achou essa “agressividade” uma agressividade “boa”, dizendo que gostou do debate, porque a “subida de tom” foi positiva.
Fernando Mitre, o diretor de jornalismo da Band, também gostou da elevação do “tom”, achando que os temas escolhidos foram os mais importantes. E que os debates mostraram o corpo inteiro. E que esse primeiro debate do segundo turno vai dar o tom da campanha daqui para frente.
Ou seja, não colou a tentativa do Sérgio Guerra, presidente do PSDB, que entrevistado, também estranhou a performance “agressiva”da Dilma, tentando denegri-la por isso.
No seu raciocínio Guerra deixou transparecer o que o “bom-mocismo”pretende fazer e soltou essa pérola: “quem está na frente das pesquisas não precisa de ser agressiva”…
Ou seja, para ele, a Dilma, porque estava na frente tem que se acovardar , quando é xingada.
Para Sérgio Guerra e os inocentes úteis da campanha, Dilma teria que ficar em silêncio quando a própria mulher do Serra diz que ela é a favor do assassinato de crianças indefesas.
Foi muito bom o desempenho da Dilma.
O bom-mocismo perdeu a briga e agora é coisa do passado.Ainda bem.
Mas faltou ela fazer um apelo especial, claro, aos seus eleitores do primeiro turno para que ajudem conversando e esclarecendo seus vizinhos e parentes, colegas de trabalho, nos pontos de ônibus, no metrô, etc.
Sem esquecer de se dirigir também àqueles que votaram na Marina e mesmo aqueles que votaram no Serra sem saber bem porque ou porque alguém pediu.
Dilma deve sugerir que seus eleitores, em suas conversas, peçam aos seus vizinhos e parentes que pensem um pouco e façam a si mesmo uma pergunta bem simples : “Quando é que eu e minha família estivemos melhor, mais esperançosos com o nosso futuro? Foi no tempo do Serra e do Fernando Henrique ou no tempo do Lula e da Dilma?”
Site do Jornal Página 13
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
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