terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

JOÃO FELÍCIO CRITICA EQUIPE ECONÔMICA NO FORUM SOCIAL MUNDIAL, REALIZADO EM DAKAR

Dirigente cutista questiona conservadorismo do governo

No Fórum Social Mundial, João Felício destaca necessidade de ganhos reais para o mínimo: R$ 580, já!
08/02/2011

Em Dakar, dirigente cutista questionou conservadorismo da equipe econômica

Escrito por: Leonardo Severo, de Dakar-Senegal

O secretário de Relações Internacionais da CUT, professor João Antonio Felício, alertou nesta segunda-feira (7) em Dakar, onde participa do Fórum Social Mundial, para a importância da manutenção da política de valorização do salário mínimo, “a fim de seguir impulsionando o crescimento do poder de compra e alavancar o mercado interno, considerado pelas centrais sindicais como elemento chave no combate às desigualdades e aos impactos negativos da crise internacional”.

Questionado sobre as declarações da equipe econômica do governo pelo aumento real zero, João Felício condenou o conservadorismo e disse que, em contraposição, “as centrais reiteram a necessidade de um aumento maior que a inflação para que haja uma efetiva recuperação salarial, já que a economia está crescendo e deve continuar assim”. “Defendemos o salário mínimo de R$ 580,00, pois mais dinheiro no bolso do trabalhador significa mais emprego, mais consumo e mais produção, colocando a roda da economia para girar. É uma conta em que todos ganham e o Brasil cresce distribuindo renda. Estamos unidos e vamos ampliar a mobilização para garantir a elevação do mínimo, que significa melhoria concreta para mais de 47 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas. Estamos dialogando, mas caso não consigamos convencer o governo, vamos levar essa luta para o Congresso Nacional e para a sociedade”, acrescentou.

Sobre o acordo fechado com o governo prever a reposição da inflação do ano anterior e aumento real com base na variação do Produto Interno Bruto de dois anos antes, João Felício lembrou que como o PIB de 2009 – base de cálculo para o reajuste deste ano – foi negativo, devido à crise, é necessário que haja uma excepcionalidade no tratamento da questão. “Não estamos pedindo nada de diferente do que os empresários já receberam . O princípio que defendemos é o da recuperação crescente do poder de compra, que despencou nos anos de neoliberalismo. Agora, como pode haver valorização sem aumento real? O que estamos propondo é ter ganho real já. No ano que vem a gente volta a discutir a regra antiga”, esclareceu.

Conforme João Felício, empresas, governos estaduais e prefeituras foram beneficiados pela evolução positiva da economia e encontram-se em melhores condições de pagar um salário mínimo maior. “Isso também acaba aumentando a arrecadação da Previdência, sempre usada para justificar a decisão de não aumentar mais”, sublinhou.

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