segunda-feira, 3 de agosto de 2009

ARTIGO SOBRE A SUCESSÃO PAULISTA

O melhor palanque para Dilma em São Paulo

Angélica Fernandes e Julian Rodrigues
30/07/2009

A principal tarefa do PT é vencer a batalha de 2010. Não se trata apenas de uma eleição, mas de continuar o processo de mudanças que o governo Lula iniciou e ir além, superando a herança neoliberal e avançando em direção às reformas estruturais, articuladas com nosso objetivo estratégico: a construção do socialismo.

Há um enorme consenso no Partido sobre a centralidade de, desde já, pavimentar o caminho que nos levará a eleger a primeira mulher presidente do Brasil: Dilma Roussef.
Mas não basta eleger Dilma. É preciso também vencer as eleições majoritárias em um grande número de estados e ampliar nossas forças no Congresso Nacional e nas Assembléias Legislativas.

Para alcançar essas vitórias, precisamos fortalecer o campo democrático-popular, reaglutinando os partidos de esquerda, os movimentos sociais, a intelectualidade progressista. A articulação de um campo político e social que busque construir um forte movimento capaz de incidir desde já disputa do projeto democrático de popular, e sustentá-lo.

Incorporar a classe trabalhadora, os setores médios, e as camadas populares são partes fundamentais no debate do aprofundamento de nosso programa, portanto sendo está a primeira aliança a ser feita, a aliança com o povo.

O processo de construção da ampliação de nossas alianças em direção ao “centro” se dá, portanto, a partir do fortalecimento do PT e do campo popular e democrático, configurando um pólo político, programático e eleitoral capaz de hegemonizar diversos setores no apoio à candidatura Dilma.

Esse processo de alianças, importantíssimo, não se constituirá, contudo, por meio do enfraquecimento e desconstituição do PT.

Não queremos apenas governar, queremos mudar radicalmente o país. Por isso, temos que defender a hegemonia do Partido dos Trabalhadores, desde agora, na campanha de 2010, no lançamento de candidaturas petistas nos estados, no futuro governo Dilma, bem como ao longo dos próximos anos e décadas.

Derrotar os tucanos no ninho: PT neles

São Paulo detém cerca de um quarto do eleitorado brasileiro. O estado sedia o núcleo articulador das elites, do grande capital, da mídia monopolista: é berço e quartel-general do PSDB. O mesmo grupo político governa SP, a rigor, desde 1982 (Serra foi Secretário de Planejamento no governo Franco Montoro). No estado e na capital, o PSDB (e agora o DEM), possui apoio de massas e uma força acachapante nos setores médios. São Paulo é a plataforma tucana para a construção nacional do pólo oposicionista - que enfrentará nossa candidatura em 2010.

Diante deste quadro muitos dirigentes petistas trabalham com a hipótese (geralmente não explicitada), de que é quase impossível vencer os tucanos em São Paulo. E que, portanto, devemos nos concentrar em outros objetivos nas eleições de 2010.

Ocorre que o PT, desde 1982, tem uma trajetória ascendente em São Paulo.

Lembremos que em 1998, Marta Suplicy por muito pouco não esteve no segundo turno (fomos prejudicados pelo IBOPE, pelo voto útil e pela postura equivocada de lideranças do PT que duvidavam da nossa viabilidade).

Em 2002, levamos Genoino ao segundo turno. Em 2006, em meio há uma crise gravíssima, passamos de 30% dos votos, com a candidatura Mercadante.

Em 2009, as pesquisas apontam que o PT em São Paulo tem mais de 20% de apoio - é verdade, abaixo dos índices nacionais, que são próximos de 30%. De qualquer forma, qualquer candidatura petista sai com um patamar significativo para a disputa estadual.

Um erro gravíssimo - que não cometeremos - é subestimar a força do PT e da nossa militância. Temos condição de liderar um amplo movimento por mudança em São Paulo.
É necessário perder a ilusão que nossa viabilidade eleitoral, passa por um simples soma de legendas, sem localizá-las na conjuntura real. Há somas que subtraem, isso por não representarem um programa com nitidez política.

O desmonte dos serviços públicos, a tragédia na saúde, o caos da educação, as privatizações, os pedágios, o autoritarismo do governo Serra, são elementos fundamentais na constituição de um pólo antitucano.

Essa análise levou o Diretório Estadual do PT a aprovar, por unanimidade, uma resolução que afirma a candidatura própria do PT em São Paulo e conclama os partidos da base do governo Lula a iniciar o diálogo sobre um programa de governo alternativo.

Vivemos um momento muito rico em 2009. As caravanas mostraram a força do PT e de nossa militância em todo o Estado. Estamos realizando jornadas de formação vitoriosas em dez macro-regiões. Faremos também uma jornada de formação para todos vereadores.

A direção estadual já constituiu uma comissão que começa a trabalhar na construção do programa de governo participativo - ouvindo a militância do PT, as macros, os intelectuais progressistas, o movimento sindical, todos movimentos sociais.

Não nos faltam lideranças para encabeçar a chapa majoritária. Vamos derrotar os tucanos.

O melhor e mais forte palanque para Dilma em São Paulo, é um só: o palanque encabeçado pelo Partido dos Trabalhadores.

Angélica Fernandes é Secretaria de Formação Política do PT-SP; Julian Rodrigues é militante do PT-SP

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