domingo, 15 de novembro de 2009

ENTREVISTA DE VALTER POMAR SOBRE O PED

Dirigente petista fala ao Jornal Valor Econômico

Por Caio Junqueira

Quais os diferenciais da candidatura da AE em relação às outras três principais candidaturas (Dutra, Cardozo, Magela). É possível fazer uma avaliação de cada uma delas?

Nosso diferencial é fundamentalmente programático. Defendemos que o programa de governo 2011-2014 tenha como eixo as reformas estruturais (agrária, urbana, política, tributária, comunicação).

As candidaturas de Dutra, Cardozo e Magela coincidem entre si e conosco na idéia de que o governo Dilma deve ser superior aos dois mandatos de Lula. Mas superior no quê? Nisto está a diferença.

Neste sentido, as candidaturas de Cardozo e de Magela não são alternativas à candidatura de Dutra.

Mais detalhes voce pode ver num artigo que escrevi no jornal Página 13 (Antes ou depois da Santa Ceia). Voce pode baixar este jornal no site www.irinypresidentadopt.org.br

Como vê a unificação dos grupos CNB, Novo Rumo e PTLM?

Ruim para o Partido. No fundo, eles querem conquistar a maioria absoluta no Diretório Nacional. No passado recente, nós já vimos quais as consequências disto. O pior, entretanto, é que eles não oferecem ao Partido uma estratégia para os próximos anos. A tese que eles apresentaram ao PED 2009 é uma plataforma eleitoral para 2010. Sobre os dilemas estratégicos, silêncio ou generalidades.
Nisto, este agrupamento se diferencia do antigo campo majoritário. Aquele tinha uma estratégia no sentido mais amplo da palavra. Hoje, eles têm uma tática.

Qual a diferença e as semelhanças deste PED com os anteriores?

Em 2001 o PED foi uma novidade. Em 2005 o PED salvou o PT, dos ataques da direita e dos erros daquela maioria absoluta que havia no DN. Em 2007, havia um ambiente de disputa de projetos. Desta vez o PED não está empolgando a massa dos filiados, nem mesmo os dirigentes partidários. As causas são várias, mas está claro que teremos que reforçar os encontros e congressos presenciais, onde as pessoas não apenas votam, mas também debatem; bem como impor obrigações maiores para poder votar.

Aparentemente, algumas tendências se uniram para garantir a "tranquilidade" do PED. Isso, porém, não se dá em alguns Estados onde a política de alianças (principalmente com o PMDB) é questionada, caso de RJ, MG, PA e CE. Acha que a unificação da CNB, Novo Rumo e PTLM gerou uma transferência da tensão normal do PED para as questões regionais?

Com ou sem esta tentativa de ressureição do antigo campo majoritário, os temas eleitorais regionais dominariam o PED 2009. Por isto, aliás, é que defendemos adiar o PED para 2011: fazendo isto, evitaríamos que o processo de eleição das direções fosse determinado por questões de tática eleitoral.


Em alguns estados, os temas eleitorais regionais resultaram em formação de amplas chapas de unidade, caso do RS, MS e BA, três estados onde o Partido está em conflito com o PMDB e onde ninguém defende aliança regional com eles.


Noutros estados, o Partido está dividido em torno da tática eleitoral (RJ) ou da candidatura (MG) e isso se traduz numa disputa acirrada do PED.Já no Pará e no Ceará, não há novidade estrutural em relação a 2007 e 2005.

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