segunda-feira, 16 de novembro de 2009

RESPOSTA À ALBERTO CANTALICE

Derrotar os enganadores!

Alberto Cantalice

Ao aproximar-se o Processo de Eleições Diretas do PT, a militância mais uma vez é chamada para decidir os destinos do Partido, para o próximo triênio. Cabe destacar que, apesar de profundamente democrático (e ao meu ver democratista), o PED serve, no mínimo, para desnudar o festival de incoerências que perpassa, infelizmente, o interior do PT-RJ.

Vamos aos fatos:

1) dirigentes que mudam de lado e de visão política conforme os ventos e as ondas;

2) lideranças cujos projetos são, intrinsecamente, de caráter pessoal, que objetivam auto-projeção, posando de guardiões da história Petista (como se em suas trajetórias não vivessem pulando de galho em galho);

3) quadros que, historicamente, sempre foram contra Lula, no Partido, se aliando com setores que sempre foram governistas e hoje parecem acometidos de amnésia, lutando contra aqueles que, coerentemente, se mantêm na mesma posição: defender que a prioridade de todo Petista há de ser trabalhar, denodada e incansavelmente, pela continuidade do Projeto Nacional que elegeu o Presidente Lula em 2002 e 2006 e que elegerá ? se alguns setores do próprio PT não atrapalharem muito ? a Ministra Dilma Roussef em 2010.

É exigido da militância mais comprometida com tal projeto e com os destinos do partido que diga NÃO aos enganadores de plantão!

E a chance de o Partido dizer este NÃO estará colocada no dia 22 de novembro. Não podemos desperdiçá-la!

Conhecendo um pouco a dinâmica interna do PT me arrisco a dizer que a diferença, seja pela experiência política, seja pelo histórico de dedicação ao Partido, entre o candidato à Presidente do PT-RJ Luiz Sérgio e os demais candidatos é tão notável que dificilmente essa eleição não se decidirá no primeiro turno, derrotando os enganadores e os possivelmente enganados.

Luiz Sérgio nunca mudou de lado. E como ele próprio diz, nos debates: entre o projeto político e a tática de determinadas lideranças e o projeto político e a tática de Luiz Inácio Lula da Silva, ele há de ficar, sempre, com LULA!

Essa determinação e coerência, com certeza, terão o reconhecimento da dedicada e valorosa militância do PT.

Viva o PT! Viva o Brasil!

Comentário do Blog

O presidente do partido no Estado do Rio,Alberto Cantalice, com esse texto revela falta de equilíbrio, e uma postura não condizente com o cargo que ocupa em segunda gestão consecutiva.

Ao desqualificar os adversários internos da sua política, revela também uma postura anti democrática e um traço de sua formação ortodoxa, palavra de origem grega que signfifica a "palavra certa ou verdadeira", "a crença correta", ou em linguajem popular, "o dono da verdade"

Outra traço da referiida formação ortodoxa forjada no velho partidão, rígido do ponto de vista orgânico mas bastante flexível na tática, pode ser verificada, na relação que estabelece com a figura do presidente Lula, um culto a personalidade que nada deixa a dever ao período de supremacia de Stalin - que o PT surgiu criticando - na extinta União Soviétia.

Se duvidam, vejam como Cantalice apresenta a candidatura do Luis Sérgio: "Luiz Sérgio nunca mudou de lado. E como ele próprio diz, nos debates: entre o projeto político e a tática de determinadas lideranças e o projeto político e a tática de Luiz Inácio Lula da Silva, ele há de ficar, sempre, com LULA!"

Enfim, para Cantalice, não existe um partido, movimentos sociais, todo um legado de lutas da esquerda no país, enfim um processo histórico que forjou um partido e um candidato que virou presidente da República. Existe Lula, enquanto divindade que tudo sabe e que tudo vê - tipo comité central - e nunca erra. Logo, desacordo com o que acha Lula, se transforma numa heresia.

É fato que Lula tem incontáveis méritos políticos pessoais, ele é resultado de uma construção histórica, mas dentre tantos que participaram do mesmo processo, por tais méritos. ele foi o que mais se destacou e chegou aonde está. Isso ninguém discute.

Agora se utilizar da liderança do Lula para a si conferir legitimidade, aí não se trata mais de culto a personalidade, e sim oportunismo político.

Até porquê a dialética, antípoda da ortodoxia, ensina que muitos e muitas contribuiram para a construção de Lula, divergindo dele, dentro e fora do PT, Fazendo-o ouvir coisas que não gostava. Rui Falcâo, então presidente nacional do partido, instado por Lula disse que ele não deveria concorrer a eleição de 1998, por que iria perder no primeiro turno e toda conjuntura conspirava a favor do que Falcão defendia. Lula insistiu, concorreu, e perdeu no primeiro turno para Fernando Henrique.

E, como Rui Falcão, muitos estavam certos e o Lula errado, vide o seu apoio a candidatura de Miro Teixeira à Prefeitura do Rio, em 1996, erro do qual acabou fazendo auto-crítica ainda no final do primeiro turno da campanha, a qual Miro terminou como um dos últimos colocados na disputa, mas que custou o ingresso de Chico Alencar ao segundo turno daquela eleição, ou o estímulo a intervenção no PT do Estado do Rio, em 1998, para o apoio à Garotinho ao governo. Algo que só serviu para construir um ferrenho adversário para ele (Lula) nas eleições presidenciais de 2002 e ao seu posterior governo.

De mais a mais cada um interpreta a seu modo e a sua conveniência, o que esta metamorfose ambulante - como o próprio presidente se apresenta - expressa, em geral através de interlocutores.

Para aqueles que tão íntimos se sentem do governador, que vão ao Maracanã assitir um jogo do Vasco com ele, o ponto vira letra. Se tornam mais realistas que o Rei. Apoiar Cabral se transforma não numa opção tática, mas uma construção política e pessoal, que busca legitimidade na defesa da chamada "política nacional".

Como conduzir o partido para uma relação altiva e autônoma com o governo do estado, mediante tais relações de intimidade?

Nenhum comentário:

Postar um comentário