sábado, 13 de março de 2010

A DISPUTA AO SENADO NO PT DO RIO

Uma candidatura dentro e outra fora do contexto político

A racionalidade política filha dileta do iluminismo que retirou o mundo das trevas medievais, ensina que para qualquer escolha (ação) política faz se necessário o cálculo das suas consequências. Algo semelhante ao conceito webberiano conhecido como "ética da responsabilidade", em contraponto ao conceito do mesno pensador de "ética da convicção", mais ligada a crença de que a relação entre escolha e consequência pode ser mediada, pela vontade e pela fé que as coisas ao fim e ao cabo podem acabar bem por interferência divina.

A secretária estadual de Assistência Social Benedita da Silva e seus aliados cairam nessa armdilha e são vítimas das suas escolhas recentes, que culminam com a desidratação da sua candidatura pela indicação do PT a disputa de uma das vagas ao senado no Estado do Rio: cerrar as fileiras em torno da defesa no processo de eleições diretas do PT (PED) no apoio do partido a candidatura à reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB)

Num momento em que o partido se dividiu ao meio entre lançar Lindberg Farias ao governo e ao apoio à Cabral, e se fez necessária a interferência direta do Palácio do Planalto para definir o impasse, não precisa ter muita perspicácia política para concluir que a unidade do partido rumo a tática eleitoral definida, estava assentada na compensação ao lado perdedor, que juntou em torno de sí 48% de votos no PED. O que legitima a óbvia conclusão, que só a dialética explica: Lindberg, mesmo derrotado nas suas pretensões, logrou sair vitorioso daquele processo disputa interno do PT

Tal assertiva vire e mexe é reforçada por duas movimentações simultâneas do governador Sérgio Cabral: ignorar a pretensão de Benedita e sinalizar apreço pela de Lindberg. A foto e a declaração na matéria publicada hoje no Jornal O Globo (página 15), onde os dois aparecem sorridentes, na assinatura de um convênio do governo do estado com a prefeitura de Nova Iguaçu, repassando R$ 32,5 milhões para obras de infra-estrutura na cidade, e o governador declara "Lindberg construiu conosco uma aliança extraordinária. É um dos melhores quadros da política brasileira. Está qualificado para o debate nacional", dispensa maiores esclarecimentos.

Logo, a candidatura de Lindberg a uma das vagas ao senado é um desdobramento natural do tática construída pelo partido para a disputa eleitoral no estado, é coerente e prenhe em racionalidade política. Já Benedita entra fragilizada na disputa porque se constitui uma pretensão, embora legítima, fora do contexto político.

A movimentação de cada um nesta disputa é outro sinal a ser levado em conta. Enquanto Lindberg, mesmo ciente da sua força, está numa cruzada frenética de contatos com a militância partidária - lideranças, parlamentares, prefeitos ou meros filiados -, num movimento que mais parece de pré-campanha ao senado do que de uma disputa interna, Benedita anda sumida. Segundo os assessores está descansando para repor energias.

A prévia é no dia 28 de março, daqui a 15 dias. Mais do que estilos, tal situação revela o apetite de cada um para a difícil disputa que se avizinha e o momento político que cada um experimenta.


DILMA ULTRAPASSA SERRA NO BLOG DO NOBLAT

Dilma e Serra, pau a pau

De Lauro Jardim:

De acordo com informações já do conhecimento do partido, o PSDB saiu-se mal em uma pesquisa nacional de intenção de voto a ser divulgada na quarta-feira. Ela mostra um empate técnico de José Serra e Dilma Rousseff, mas com a petista 1 ponto porcentual à frente. A pesquisa foi feita entre 5 e 10 de março com 2 002 pessoas em 142 municípios.

Outra pesquisa, desta vez encomendada pelo PT, foi levada ao Planalto na sexta-feira. Deu pela primeira vez Dilma Rousseff 3 pontos à frente de José Serra.

Fonte: Blog do Noblat

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