sexta-feira, 12 de março de 2010

VALTER POMAR FALA SOBRE FORO DE SÃO PAULO

Foro de São Paulo realiza reunião neste domingo, na Cidade do México
12 março 2010 Sem Comentários

O Foro de São Paulo (FSP) realiza no domingo (14) na Cidade do México mais uma reunião do Grupo de Trabalho. Na pauta estão temas importantes para o aprofundamento do debate político nas Américas e da conjuntura internacional.

Em entrevista ao Portal do PT, o dirigente nacional e ex-secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, que assumiu recentemente a secretaria-executiva do FSP, fala sobre a reunião do GT, as tarefas e desafios para 2010, principalmente o de derrotar a contra-ofensiva colocada em prática pela direita no continente.

Leia a íntegra da entrevista:

Portal PT – Quais os principais pontos de discussão na reunião do Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, que será realizada no próximo domingo, 14 de março, na Cidade do México?

Valter Pomar – A reunião começará com um informe político-organizativo da Secretaria Executiva do Foro de São Paulo, que é exercida pelo Partido dos Trabalhadores. Em seguida haverá o informe de duas secretarias regionais: a secretaria Cono Sur, que reúne os partidos do Uruguai, Brasil, Argentina, Chile, Bolívia e Paraguai; e a secretaria Meso-americana e caribenha, que reúne os partidos mexicanos, os partidos das ilhas caribenhas e os partidos da América Central. O Foro tem também uma terceira secretaria, que chamamos de Andino-amazônica, reunindo os partidos do Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guianas e Suriname. Depois destes informes, haverá um debate sobre a conjuntura internacional e sobre as tarefas do Foro de São Paulo. É seguro que vamos aprovar decisões sobre o Haiti, em apoio à reorganização dos partidos de esquerda naquele país; sobre Honduras, em apoio à frente de oposição; sobre a Colômbia, em apoio ao Pólo Democrático Alternativo nas eleições legislativas de 14 de março e também em relação a um grande encontro continental pela paz, que pretendemos realizar em Bogotá proximamente. Outro ponto que será discutido é o Fórum Social Mundial, mais exatamente as edições que vão ocorrer nos Estados Unidos ((Detroit, de 22 a 26 de junio) e Paraguai (Assunção, de 11 a 15 de agosto). A pauta da reunião também inclui a organização do XVI Encontro do Foro de São Paulo, que será de 17 a 20 de agosto, em Buenos Aires. Há outros pontos em discussão, entre os quais eu destacaria a presença do FSP na Cumbre Europa-América Latina (meados de maio), uma avaliação das eleições na Bolívia, Uruguai e Chile, bem como nossa solidariedade aos povos vitimados pelos terremotos.

Como será a atuação do Foro de São Paulo nestas duas edições do Fórum Social Mundial?

No caso dos Estados Unidos, já está praticamente decidido que faremos uma grande atividade contra o colonialismo, que segue vigente em nosso continente, tendo como dois grandes exemplos Porto Rico e as Malvinas. Pretendemos, também, aproveitar a oportunidade para continuar o diálogo que já estamos tendo com os migrantes latino-americanos residentes nos EUA. No caso do Paraguai, haverá mais atividades, mas politicamente o fundamental é emprestar forte apoio ao governo Lugo.

Na sua opinião, quais as tarefas mais importantes a serem executadas pelo FSP em 2010? As eleições presidenciais no Brasil terão um acompanhamento especial?

Desde alguns anos, o Foro de São Paulo vem alertando para o que está ocorrendo agora: uma contra-ofensiva da direita latino-americana, apoiada por seus aliados estadounidenses e europeus. Esta contraofensiva tem várias dimensões: o golpe em Honduras, a IV Frota, as bases militares na Colômbia, as eleições no Panamá e Chile etc. Nossa tarefa mais importante em 2010 é derrotar esta contra-ofensiva da direita. Neste sentido, tivemos êxitos importantes na integração continental e vencemos no Uruguai e na Bolívia. Mas, é claro, a eleição presidencial brasileira será decisiva.

Qual o papel da secretaria-executiva do Foro de São Paulo?

Como o nome diz, o Foro de São Paulo é uma articulação entre partidos políticos, que realizam uma vez ao ano um grande encontro. Já realizamos XV encontros desde a fundação do Foro, em 1990. Este ano, faremos o XVI Encontro, em Buenos Aires, onde vamos comemorar o vigésimo aniversário desta longeva e exitosa iniciativa. Entre um encontro e outro, ocorrem em média 4 reuniões do Grupo de Trabalho do Foro, composto entre outros pelo Partido dos Trabalhadores, Partido Comunista de Cuba, Frente Amplio do Uruguai, Frente Farabundo Martí de El Salvador, Pólo Democrático Alternativo de Colômbia, Frente Sandinista de Libertação Nacional da Nicarágua, Partido do Socialismo Unificado da Venezuela, além de partidos porto-riquenos, guatemaltecos, argentinos, equatorianos etc. À secretaria executiva compete encaminhar as decisões do Grupo de Trabalho e também as resoluções dos encontros anuais do Foro. A secretaria executiva é composta, na verdade, pelo PT e por outros três partidos, cada qual indicado por uma das secretarias do Foro de São Paulo (Cono Sur, Meso-america e Caribe, Andino-amazônica).

Como fortalecer ainda mais o intercâmbio e a cooperação política entre o PT e os partidos que compõem o Foro?

Primeiro, cumprindo nossas tarefas a frente do Foro de São Paulo: ajudando na realização dos encontros anuais, fazendo funcionar o Grupo de Trabalho e a Secretaria Executiva, trabalhando para materializar as deliberações do Foro. Em segundo lugar, investindo energias em algumas iniciativas estratégicas, como o Observatório de governos de esquerda e progressistas, a Rede de Escolas e Fundações, a articulação entre partidos de governo, a campanha pela paz, a solidariedade com o Haiti, a luta contra o bloqueio que os EUA mantém contra Cuba, o trabalho cultural e de juventude. Em terceiro lugar, estimulando que mais dirigentes e militantes visitem e conheçam a América Latina; e recebendo em nosso país e nosso partido, a militância dos partidos amigos.

Fonte: Site do Jornal Página 13

Nenhum comentário:

Postar um comentário