terça-feira, 2 de março de 2010

MANOBRA DIVISIONISTA NO PT DO MATO GROSSO

Carta da senadora Serys Slhessarenko à Direção do PT do MT

2 março 2010 Sem Comentários

O site Página 13 reproduz a seguir carta da companheira Serys Slhessarenko, senadora pelo PT do Mato Grosso. A carta trata da tentativa de setores do PT de Mato Grosso de lançar uma outra candidatura ao senado, o que dividiria o partido e praticamente inviabilizaria a eleição de um senador do PT pelo estado.

“Cuiabá/MT, 12 de Fevereiro de 2010
Caro(a) companheiro(a),



Venho através dessa carta, expressar a minha surpresa e perplexidade diante do anúncio feito na última semana, pelo presidente do diretório estadual do nosso Partido dos Trabalhadores, deputado Carlos Abicalil, de que pretende ser o candidato do PT ao Senado Federal, nessas eleições.

Surpresa, porque tenho convicção, de que o trabalho desenvolvido por mim nos últimos oito anos, me credencia a disputar a reeleição. Fiz o meu mandato por inteiro e tenho meu trabalho reconhecido dentro e fora do PT, dentro e fora de Mato Grosso. Reconhecido pelas mais diferentes categorias de trabalhadores que defendi de forma intransigente e pelas quais tenho sido homenageada em todos os rincões do país.

Reconhecido por prefeitos(as), vereadores(as) e moradores(as) de cada um dos 141 municípios do nosso Estado, que sabem que trabalho 16 horas ou mais por dia, atrás de resolver cada problema, pequeno ou grande, que aflige nosso povo. Considero que estou mais preparada do que nunca para disputar novamente o Senado.

Sou a primeira mulher a ser eleita Senadora pelo PT de Mato Grosso, e a primeira mulher, em nosso país, a assumir a vice-presidência do Congresso Nacional e tenho muito orgulho disso, porque foi com a força de nossa militância e com a vontade do povo que cheguei até aqui.

Ao longo da minha vida, tenho construído minha carreira política de maneira limpa, companheira, sem ferir a ética, pautada no debate franco e aberto. Minha história de luta, dentro e fora do Partido dos Trabalhadores, mostra que não sou uma mulher de fugir da disputa. Sempre que fui convocada, fiz a minha parte, são 22 anos construindo o PT, em meio a todo tipo de dificuldades e agora espero, no mínimo, respeito.

Perplexa, porque ao se lançar candidato, o presidente do partido, Carlos Abicalil, não hesita em provocar um profundo racha no PT. Atenta contra uma militante histórica, uma mulher e, por conseguinte, contra as conquistas de todas as mulheres, já tão poucas na política.

Buscar a unidade dentro do PT e com os partidos da base aliada do governo do Presidente Lula deve ser o objetivo maior da atual direção. Minha candidatura à reeleição ao Senado é o caminho natural do partido, portanto, reforça a unidade, amplia e oferece, em Mato Grosso, um palanque política e eleitoralmente consistente à nossa candidata a presidente da República.

Quero dizer que estou muito tranqüila, que lutarei até o fim para garantir o direito, não só meu, mas de todos os companheiros e companheiras do PT, por espaço e oportunidades iguais. Nosso partido não pode ser o feudo de um grupo que, com extrema voracidade, tudo quer para si.

Essa discussão, agora, está colocada para o partido e quero fazer um apelo a cada companheiro e companheira petista, para que, com muita serenidade, reflita e nos ajude a impedir que esse verdadeiro atentado se concretize, evitando que o PT, em frangalhos, caminhe para um desastre eleitoral e político do qual todos seremos vítimas.

Por um Partido dos Trabalhadores organizado e forte rumo à vitória da candidatura do partido à Presidência da República.”

Fonte: Site do Jornal Página 13

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