sexta-feira, 3 de julho de 2009

MUNICÍPIOS - CRISE NO PT DE PINHEIRAL(RJ))

Presidente não reúne com a direção municipal


Não é raro encontrar no interior - e não só lá -, petistas que reproduzem a lógica de organização partidária tradicional: o caciquismo político. A pluralidade política e a democracia interna, fortes marcas do PT desde o seu nascedoura, são letras mortas na prática cotidiana de direção do partido em alguns municípios


No pequeno município de Pinheiral, na região sul-fluminense do estado, o partido está praticamente cindido, já que o presidente (ou cacique?) do PT local, José Marcio Severo, toca o partido segundo os interesses próprios e do seu grupo político, ao arrepio da instância partidária, cujas reuniões são esvaziadas e desmarcadas por quem deveria convocá-las, o próprio presidente.


José Marcio conduziu o partido a apoiar o prefeito da cidade, Antonio Carlos Leite Franco (PMDB), segundo fontes, em troca de cargos - foi criada recentemente para ele assumir a Secretaria de Assistência Social - e da perda de autonomia do PT em relação ao executivo municipal. Não satisfeito, ameaça afastar do partido quem a ele se opõe. Dizem até que ele produziu um estatuto/regimento interno local para o partido. Se for verdade, é algo inaceitável, digno de punição disciplinar.


A executiva estadual do PT designou uma comissão com três dirigentes, Fátima Dutra, Ernesto Braga e Erivelton, para tentar mediar o conflito, mas José Marcio sistematicamente ignora as recomentações da comissão, inclusive as reuiões partidárias por ela agendadas.


Parece que José Marcio está amparado em algum respaldo na instãncia de direção estadual do partido, talvez pela composição com o PMDB local, que não se reune muito - a executiva pouco e o diretório estadual, menos ainda - para atuar com tamanha desenvoltura e autonomia.


O presidente do partido, Alberto Cantalice, procurado através de telefonemas e e-mails - inclusive pelo Editor deste Blog - , ainda não foi encontrado para se pronunciar a respeito e/ou convocar uma reunião da executiva estadual para deliberar sobre as medidas necessárias a serem tomadas em casos com esse.


Este blog continuará acompanhando o imbrólio, o espaço está aberto para os citados na matéria se pronunciarem e manterá informados os petistas sobre os seus desdobramentos.

Um comentário:

  1. o PT deveria realizar o orçamento participativo sobre suas própria finanças e sobre a apropriação do tempo da televisão por algumas candidaturas e praticamente a exclusão de vários candidatos. O critério de divisão do tempo da televisão é decidido por acordos de poder por cima sem o devido debate nas bases partidárias. Em relação ao orçamento interno do partido, este deveria ser decidido com a participação de seus filiados. Estas críticas não são contra qualquer dirigente ou gestão partidária, mas é sobre a lógica das decisões de poder serem tomadas por cima em acordos com a participação de todas as correntes do PT. Mais uma vez meus parabéns Flávio por gerar este importante espaço de debates, que já está se tornando um dos mais importantes instrumento dos conclaves petistas.
    ANDRÉ BARROS

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