segunda-feira, 12 de abril de 2010

EM MINAS, PT E PMDB DEVEM SE UNIR?

PT e PMDB caminham para união em Minas, diz Pimentel

Juliana Prado
De Belo Horizonte

O PT e o PMDB discutirão em encontro, na terça ou quarta-feira desta semana, a aliança em torno de uma chapa única para disputar o governo de Minas Gerais nas eleições de outubro. Este processo foi acelerado pela desistência da candidatura do vice-presidente da República, José de Alencar, ao Senado.

A informação é do ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, em entrevista a Terra Magazine. Ele minimizou possíveis desgastes provocados pela fala da pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, que, durante visita a Minas, na semana passada, sugeriu uma mudança no nome "Dilmasia" para "Anastadilma", referindo-se à dobradinha informal que prevê o voto nela e no candidato do PSDB, Antonio Anastasia, para o governo do Estado.

A sugestão repete o fenômeno Lulécio (Lula-Aécio Neves), das eleições de 2006. O ex-prefeito ainda desconversou sobre a falta de traquejo político de Dilma, estreante em campanha eleitoral. Leia abaixo a íntegra da entrevista.

Terra Magazine - Como o PT está lidando com a saia justa criada pela ex-ministra Dilma Rousseff ao defender o ¿Dilmasia¿ em Minas?
Fernando Pimentel -
Não acredito que tenha sido uma saia justa exatamente. Aquilo foi uma bobagem. Primeiro porque ela não falou isso. Na minha opinião, esta é uma pauta meio pobre. O que ela fez foi responder a uma pergunta de um repórter que citou o fenômeno Lulécio (Lula e Aécio) em Minas e se isso não poderia se repetir entre ela e Anastasia, este ano, com o "Dilmasia". E ela disse que não, que temos bons nomes em Minas para a disputa ao Governo, e que vamos trabalhar por coligação. Brincando disse que pode até ser "Anastadilma" que eram menos feio que Dilmasia. Mas isso foi uma bobagem...

Os prazos estão vencendo e a aliança entre PT e PMDB em Minas continua emperrada...
Não acho, afinal essa definição foi muito facilitada pela saída do (José) Alencar da disputa. Ao sair, ele ajuda a viabilizar a coligação entre PT e PMDB em Minas. Significa que os dois grandes partidos, com a saída do Alencar, ganham espaço para que, de fato, possa haver coligação com as duas siglas do presidente Lula.

Mesmo assim, a conta não fecha, pois há três pré-candidatos (o sr., Patrus Ananias e o ministro Hélio Costa) ao Governo de Minas...
Sim, o PT ainda tem os dois nomes, mas este mês fechamos uma posição e sairá um nome só. O Zé Eduardo Dutra (presidente nacional do partido) esteve aqui, pediu que a gente faça uma espécie de encontro, com delegados pré selecionados, enfim, um encontro ao invés de prévias (o que contraria a posição de Patrus). De repente, com os nossos delegados que já estão pré-selecionados... Tendo um nome só poderemos sentar com o PMDB para negociar. Aí teremos a possibilidade de conversar.

Como o Sr. lê hoje a postura do ex-ministro Patrus hoje, afinal, é ele quem não abre mão das prévias no PT para escolha do candidato ao Governo...
Estamos conversando muito, estivemos juntos estes dias. Conversamos muito, ele ainda mantém a postura de disputar (o Governo). Mas agora ele está mais favorável ao acordo, a uma chapa única, voltou a falar em prévias, mas de uma forma diferente, já admitindo que possamos usar um mecanismo de consulta...

O Sr. acredita que o ex-ministro Hélio Costa ainda tem fôlego para se basear na vantagem em pesquisa para não abrir mão da cabeça de chapa?
Ele não está impondo nada. O que o Hélio propõe é que coloquemos as pesquisas como um indicador apenas... Ele não está falando em pesquisa quantitativa, e sim, qualitativa, mais abrangente e profunda, para ver qual o nome mais viável.

O Sr. chegou a conversar com o Hélio Costa, após a fala de Dilma sobre o Dilmasia? Ele reagiu de forma irada...
Sim, falei com ele. A própria Dilma ligou para o Hélio para dizer que não tinha falado aquilo. Que não era bem assim... Enfim, entendo que são pequenos episódios comuns ao momento pré-campanha e que não têm maiores desdobramentos. Vamos continuar na busca da construção do palanque único em Minas entre PT e PMDB. Hoje eu acredito que as chances de não fecharmos palanque único no Estado são cada vez menores. Vamos ter um encontro na terça ou quarta-feira dessa semana para discutir isso. Antes, porem, nos do PT devemos conversar internamente.

Interlocutores entendem que a pré-candidata petista ao Planalto pode não estar preparada para uma disputa pesada como a campanha presidencial... Faltaria traquejo...
Não vejo que haja problema. É razoável que você, respondendo a uma pergunta de um repórter, o faça de forma transparente e você acaba sendo interpretada de outra maneira... Ela é muito ponderada, muito tranquila.

Fonte: Terra Magazine

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